O meu Deus não é, ou não deveria ser, diferente do teu
Há já algum tempo que não escrevo neste blog. Essencialmente por duas razões. Uma tem que ver com a pouca disponibilidade física e mental para escrever. Ando cansada, numa lufa-lufa diária e, no pouco tempo que encontro de ócio, eu que adorava escrever, até isso me perturba um pouco e deixo o ócio ser mesmo isso, ócio, não fazer nada (mas tenho realmente muito pouco tempo livre!!!). A segunda razão é estar perplexa com as notícias deste mundo que me deixam de tal forma desgastada que nem consigo pensar em escrever algo que valha a pena escrever ou ler. Sinto-me assoberbada por tudo. A contaminação das péssimas notícias é de tal forma que uma pessoa que já anda exausta, cansa-se ainda mais.
Nada é bom…para além das guerras que já se vai vendo há anos, meses, mais uma, que na realidade já se conhecia, mas estava relativamente esquecida. Os hospitais a serem bombardeados em Gaza, os de Portugal a fechar urgências, os juros a subirem, tudo mais caro, terramotos e até o tempo não ajuda. Chove imenso e apesar de ajudar a melhorar o armazenamento de água nas barragens, no sul, ainda há umas quantas que não chegam a um terço da capacidade…
Mortes, doenças, acidentes, tudo…já não quero ver notícias. Não quero. Não me apetece ser bombardeada por tanta coisa má. Tanta. Que raio de mundo este em que vivemos…
Ao pensar em tudo isto penso no meu Deus. Sim, sou crente e vejo Deus como algo bom, acima de tudo uma energia maravilhosa capaz de me tentar impulsionar para a minha melhor versão. Olhando para o lado, sinto-me uma privilegiada, por isso não me queixo. Ou tento não me queixar. Nem do cansaço. Que engulo na labuta do dia-a-dia, dizendo para mim mesma: vives num país que tem paz e segurança e, de momento, tens saúde. Tu e os teus. Então anda para a frente e não te queixes. Ajuda da forma que puderes e é o que tento fazer!
Penso no meu Deus e pergunto-me se o meu Deus é diferente dos outros Deuses. Sou católica, não praticante. Vou à igreja quando quero e, raramente, para ouvir missas. Tenho pouca credibilidade em grande parte dos padres. Mas a religião é algo maior do que qualquer ser humano. É acreditar em algo, a que chamo Deus. E o meu Deus é fonte de amor. Acima de tudo. O sentimento maior.
Será que o meu Deus é diferente do Deus dos muçulmanos, dos judeus, dos hindus e de todos os outros povos/pessoas que acreditam em algo superior? Da maneira como vejo, leio e sinto o Budismo (que talvez seja mais filosofia do que religião), não me parece que esta postura de vida seja diferente daquela que eu quero alcançar…
E não deixa de ser curioso que a maioria das guerras que por aí existem, sejam travadas em nome de Deus e de etnias e de religiões! Há um Deus para muitas pessoas diferente do meu, é o dinheiro. Também pode muito, mas não compra amor!
São só versões filosóficas de alguns temas que me dizem muito e talvez não importem a ninguém. Seguramente que não. Mas Deus para mim é amor e não acho que o meu Deus é mais ou menos valioso do que os outros. É simplesmente meu e por isso gosto Dele e agarro-me a Ele!